Em
um rio distante no meio da Amazônia existia uma tribo chamada Sonho, lá os
índios viviam em harmonia, tudo era tranquilo e a comida era farta, que
cheirinho bom de mata. Ainda lembro o barulho que água fazia quando se chocava
com as pedras. Foi um dia bem cedo já sem sono, resolvi espiar a beira do rio e
pensar. Eu pensava como seria se o Sonho acabasse, porque tudo era tão lindo, e
o medo que eu tinha de perder aquele sonho me consumia, e as vezes me fazia
perder o sono. Porque quando se vive no Sonho, de lá ninguém quer acordar.
Nossa comida era simples, nada muito sofisticado, o aipim era colhido e no
pilão era socado. Minha roupa era simples, tudo muito aproveitado, de pena de
ave rara até pena de pato. O rio era gelado, e a lama eu podia ver, de longe
roncava o tambor, ta na hora de comer. Cada um tinha seu prato, a fumaça
exalava cheiro de porco assado ainda defumando com aroma de madeira e capim
queimado. Nossa tribo se chama Sonho, perdida no meio do mato.
Um
dia sem querer, alguém descobriu a entrada, e se assustou ao ver nossa tribo
encantada. Os olhos se encheram de tanta perdição, a ganância tomou conta
daquele coração. Triste lembrança dos dias atrás, onde era a nossa tribo, não
existe mais. No mundo dos sonhos ninguém sabia lutar, porque nossa flecha era
feita pra caçar. Não ficou nenhum, pra nossa história contar, acabaram com tudo,
que existia lá. Minha flecha de ouro que eu tanto polia, nessa hora não me
serviu de valia, pra proteger a minha vida e tudo aquilo que um dia foi um
sonho pra mim...
Temos que ter sempre cuidado ao sonhar,
porque quando sonhamos alto, alguém pode escutar...cuidado com quem você divide
seus sonhos.
Robert Lima
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