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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sonho


           Em um rio distante no meio da Amazônia existia uma tribo chamada Sonho, lá os índios viviam em harmonia, tudo era tranquilo e a comida era farta, que cheirinho bom de mata. Ainda lembro o barulho que água fazia quando se chocava com as pedras. Foi um dia bem cedo já sem sono, resolvi espiar a beira do rio e pensar. Eu pensava como seria se o Sonho acabasse, porque tudo era tão lindo, e o medo que eu tinha de perder aquele sonho me consumia, e as vezes me fazia perder o sono. Porque quando se vive no Sonho, de lá ninguém quer acordar. Nossa comida era simples, nada muito sofisticado, o aipim era colhido e no pilão era socado. Minha roupa era simples, tudo muito aproveitado, de pena de ave rara até pena de pato. O rio era gelado, e a lama eu podia ver, de longe roncava o tambor, ta na hora de comer. Cada um tinha seu prato, a fumaça exalava cheiro de porco assado ainda defumando com aroma de madeira e capim queimado. Nossa tribo se chama Sonho, perdida no meio do mato.
         Um dia sem querer, alguém descobriu a entrada, e se assustou ao ver nossa tribo encantada. Os olhos se encheram de tanta perdição, a ganância tomou conta daquele coração. Triste lembrança dos dias atrás, onde era a nossa tribo, não existe mais. No mundo dos sonhos ninguém sabia lutar, porque nossa flecha era feita pra caçar. Não ficou nenhum, pra nossa história contar, acabaram com tudo, que existia lá. Minha flecha de ouro que eu tanto polia, nessa hora não me serviu de valia, pra proteger a minha vida e tudo aquilo que um dia foi um sonho pra mim...

        Temos que ter sempre cuidado ao sonhar, porque quando sonhamos alto, alguém pode escutar...cuidado com quem você divide seus sonhos.



Robert Lima

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