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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Quando o Mundo Parou

Foi preciso um vírus chegar, pra fazer o mundo parar.
Da janela vejo o rio, tão limpo e cristalino, que antes era escuro de sujeira dos resíduos e muito limo.
Que vontade que me dá, de sentar a beira dele, no espelho d’agua e me e olhar.

Mas o vírus traiçoeiro que me impede de sair, não me deixa alternativa, a não ser ficar aqui.
Vejo daqui o por do sol, tão lindo que jamais vi, como posso ver de perto, se não posso ir alí.

A noite vi estrelas, o encontro dos planetas e numa dança reluzente, atravessando o céu da gente, que antes normalmente, não podia se ver. Que pena nessa hora, pois queria estar lá fora, pra ver isso acontecer.

Outro dia numa tarde, a revoada de pássaros me assustou, quanto tempo eu não via, nem de noite e nem dia, o cantar de um passarinho.

Mas o vírus que ameaça, que causou muita desgraça, aprisiona o homem em sua casa, e liberta a outra raça, que ele mesmo aprisionou.

Quando menos se espera, a vida logo passa.
Mas tudo que era de graça, e ninguém dava valor, passa a ser a coisa mais importante, no momento de uma dor.

Agora o homem está distante, e a terra ofegante, respira aliviada. Pois o vírus que a atacava, agora está em quarentena, e ela aproveita essa cena, pra renascer a cada dia, até que chegue a hora, deles voltarem de novo...

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Aos oitenta


O tempo passou e ainda vejo com os mesmos olhos dos vinte,
como tudo mudou.
Mas a juventude ainda continua a mesma... Cativante, insinuante e deslumbrante.
Salto dentro de mim, dou pulos no jardim, faço voltas no quarteirão e não me canso.
Cada passo que eu dou em direção ao meu futuro navegante, nessa terra distante que ainda
cultivo dentro de mim.
O frescor dos oitenta é só uma peça que a vida pregou nesse tabuleiro gigante que insiste a cada dia me derrubar.
Mas os meus vinte me mantém em pé, lutando, sonhando, cantando e vencendo esse jogo gigante chamado vida...





Robert Lima