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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O Peixinho


             Há muitos anos atrás, um peixinho que morava entre as pedras do riacho de águas verdes, resolveu que queria conhecer o mundo fora do rio, mas isso é impossível pra um peixe, quer dizer, não para o senhor Cambotá, ele é um peixe vizinho que vivia entocado num buraco de lama no fundo do rio. Seu Cambotá era cascudo, parecia que estava de armadura, ele era o único peixe que conseguia andar na terra, mais isso por pouco tempo, uma hora tinha que voltar pra água. Todas as vezes que ele ia pra terra, trazia algo de lá, alguma coisa que os humanos deixavam pra trás, e o peixinho ficava maravilhado com tudo isso.

           Um dia o peixinho tentou ir até a superfície da água e ficou tão próximo que podia ver a cor do céu e o verde que havia na terra, seus olhos brilhavam com tamanha beleza, e a vontade de ir até lá ficava cada vez maior.
           Um dia bem cedo, o peixinho tentou novamente ir até a superfície, e dessa vez num lugar mais raso, queria se aproximar mais da areia, foi nesse momento que sem perceber, foi atacado por um gavião que já estava de olho na comida. O gavião morava na árvore próxima do rio, segurando forte com suas garras, o peixinho nervoso e quase sem ar, se debatia tentando escorregar pra salvar sua vida, num solavanco só ele consegue se soltar, mas por infelicidade ou não, caiu dentro da boca de um sapo martelo que já estava esperando lá embaixo. Sorte ou azar, o sapo tinha em sua enorme boca uma porção de água, foi quando o peixinho mergulhou e recuperou o ar. Mais aí começava uma nova aventura, como se livrar daquela bocarra, uma hora seria engolido. O sapo pulava de um lado para o outro tentando abocanhar também alguns insetos que voavam na beira do rio, foi nessa hora que o peixinho aproveitou e deu um salto boca afora, e novamente foi cair na boca de uma enguia, que falta de sorte pensou o peixinho. A enguia estava faminta, há dias não comia nada, sorte do peixinho que as suas escamas o isolavam das descargas elétricas que ela emitia. Mas der repente, aparece uma cobra d’água que era inimiga da enguia, as duas se enfrentaram, ela ficou tão nervosa com a presença da cobra, que sua boca mostrava os dentes como cachorro brabo, e foi nessa hora que o peixinho escapou mais uma vez, e nadou, nadou e nadou tão rápido que conseguiu chegar em casa. Cansado e sem forças, deitou na sua caminha de pedra e dormiu feliz.

          Que aventura heim! Nem sempre sair tão cedo de casa significa aprendizado, ao contrário, devemos amadurecer e estar sempre preparado pra aquilo que vamos enfrentar lá fora. 


Robert Lima

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